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PSafe contribui para a Segurança da Informação dos brasileiros?

11 de fevereiro de 2021

O papel de um veículo de imprensa é claro: divulgar notícias vindas de fontes confiáveis. Sendo assim, se uma fonte confiável se dispõe a falar, qualquer veículo tem a obrigação de publicar, alertar para um fato que esteja ocorrendo no país.

Mas indago duas coisas:

1 – é papel de uma empresa de Segurança da Informação que deseja ser conceituada no mercado, ganhar notoriedade nacional através da imprensa, espalhando o pânico generalizado?

2 – Vindo de uma empresa que se propõe a garantir essa segurança seria ético antecipar na imprensa informações que, depois de divulgadas, poderão até atrapalhar ou dificultar futuras investigações que levem aos responsáveis por esses vazamentos de informações de milhões de brasileiros?

Pela segunda vez a empresa PSafe ganha notoriedade nacional ao divulgar vazamento de dados de celulares de milhões de brasileiros, que estariam sendo vendidos na dark web. Desta vez, a PSafe cravou um gol de placa, pois conseguiu obter informações sobre detalhes da conta telefônica do presidente Jair Bolsonaro. Certamente isso renderá mídia de graça por um bom período na imprensa nacional.

Mas daí fica uma série de questionamentos que eu faria ao presidente da PSafe, mas que por meio da sua assessoria de marketing recusou entrevistas desde o primeiro vazamento:

1 – A PSafe antes de correr para a imprensa, comunicou o fato ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, órgão responsável pela segurança de Bolsonaro e família?

2 – Não teria sido o caso da empresa, pela responsabilidade que tem, comunicar o incidente aos organismos de defesa cibernética e à Polícia Federal e, só depois, se autorizada por esses órgãos, anunciar o achado na imprensa?

3 – Ao anunciar (de quebra aos adversários políticos) que os dados da conta de telefone do presidente estão expostos na dark web, a PSafe não está contribuindo para o crime de quebra de sigilo telefônico?

4 – Depois de anunciada na imprensa o segundo grande vazamento, qual a probabilidade avaliada pela empresa de o suposto hacker desaparecer da face da terra junto com todos os arquivos?

5 – Para chegar e atestar as informações sobre o presidente Jair Bolsonaro, a PSafe comprou o banco de dados para poder divulgar na imprensa?

6 – Se comprou, a empresa não veria essa atitude como a de um “receptador de mercadoria roubada”?

Pela segunda vez a empresa, ao fornecer as informações para um veículo de imprensa, acaba sugerindo que o vazamento de dados partiu de grandes empresas, sendo desta vez duas operadoras de telefonia: Claro e Vivo, que negam algum incidente de segurança de suas bases de dados.

Na primeira oportunidade deixou implícito ao Tecnoblog que os vazamentos poderiam ter partido do banco de dados da Serasa, que também negou o incidente.

O presidente da Psafe precisa ser mais claro quanto aos seus objetivos com a divulgação desses fatos de alta relevância para o cidadão. Continua convidado a respondê-las algum dia.

Apesar dos esforços em obter a entrevista, até agora a única informação que o blog recebeu oficialmente da PSafe, foi que entrou para o “mailing” da assessoria de imprensa para receber futuras notícias da empresa.

No momento só veio publicidade de produto travestida de notícia:

FONTE: CAPITAL DIGITAL
FOTO: REPRODUÇÃO

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