Imagine poder “rejuvenescer” uma bateria que está viciada e danificada?

Pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências, em colaboração com a Universidade de Chicago, anunciaram um avanço que pode revolucionar a tecnologia de baterias e prolongar significativamente sua vida útil.

Segundo estudo publicado na revista Nature, a equipe desenvolveu uma técnica capaz de “rejuvenescer” componentes-chave das baterias de íon-lítio, revertendo os efeitos do envelhecimento.

O foco da pesquisa está nos cátodos de óxidos em camadas ricos em lítio, materiais promissores que oferecem até 30% mais densidade energética por peso e menor custo em comparação com cátodos tradicionais.

Eles têm potencial para impulsionar o desempenho de veículos elétricos, aviões e dispositivos eletrônicos. No entanto, sofrem com expansão térmica e perda de voltagem após vários ciclos de carga e descarga — o que limita sua durabilidade.

A solução apresentada pelos cientistas envolve o uso de pulsos de 4 volts que, aplicados estrategicamente, conseguem reparar a estrutura do cátodo.

Essa técnica utiliza uma inovadora abordagem baseada na “química de oxirredução do oxigênio” e um modelo preditivo robusto, permitindo até que o material se contraia quando aquecido a cerca de 150?°C. O resultado é uma recuperação total da voltagem da bateria.

“Ao ajustar de forma inteligente as estratégias de carregamento, os defeitos estruturais no cátodo podem ser reparados periodicamente, o que estende significativamente a vida útil da bateria”, afirmou Qiu Bao, autor principal do estudo.

A descoberta pode ter implicações diretas no aumento da autonomia de veículos elétricos e na redução do impacto ambiental da produção de baterias.

De acordo com especialistas, baterias mais duráveis diminuem a necessidade de extração de metais e podem ajudar na transição para uma economia de energia limpa.

FONTE: REVISTA FÓRUM