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Brasil vai investir R$ 5 bilhões em tecnologia quântica até 2034, diz MCTI

17 de abril de 2025

Computador quântico. Créditos: Farai Gandiya via Unsplash

Os computadores quânticos são essenciais para o desenvolvimento de tecnologias avançadas no campo da inteligência artificial, da logística e para inovações farmacológicas

Em entrevista à Folha de S. Paulo na última segunda-feira (14), Ulisses Martins Rosa, coordenador de fomento e inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil (MCTI), anunciou uma nova rodada de investimentos nacionais para o desenvolvimento da computação quântica, num valor que pode chegar a R$ 5 bilhões até 2034.

Até junho, de acordo com ele, uma portaria deve ser oficializada com o valor do novo investimento, que visa, entre outras coisas, combater a fuga de cérebros no setor e avançar em atividades técnicas relacionadas, como o processamento quântico.

A preocupação com o setor se iniciou no ano passado, quando, durante a Quinta Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia (5CNCT), pesquisadores brasileiros evidenciaram a “corrida tecnológica” em curso entre as maiores potências globais, como EUA e China, que já soma mais de US$ 42 bilhões em investimentos totais para o avanço na tecnologia quântica.

“O Brasil tenta acompanhar os avanços”, afirmou, na ocasião, o físico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e assessor da Finep Luiz Davidovich, “mas se depara com o problema, ainda geral, da inovação no país: a necessidade de ampliar os recursos“. 

Atualmente, o Brasil possui um computador quântico para uso educacional — baseado na tecnologia de ressonância magnética nuclear (RMN), com 3 bits quânticos (qubits) —, no SENAI paulista, trazido ao Brasil pela Dobslit, empresa especializada em tecnologias quânticas de segunda geração, e um projeto de laboratório para o desenvolvimento de um computador quântico fotônico na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).

Os computadores quânticos são essenciais para o desenvolvimento de tecnologias avançadas no campo da inteligência artificial, em cálculos complexos realizados para estimativas e modelos econômicos, na testagem de novos medicamentos por meio de simulação molecular, na tecnologia criptográfica (que permite a geração de chaves quânticas ultrasseguras, as QKDs), em pesquisas de física e ciência dos materiais e no auxílio ao planejamento logístico e à otimização de atividades (como nos setores de transporte e telecomunicações).

A ideia é que a nova rodada de investimentos, que deve ir até 2029, seja distribuída entre a infraestrutura de laboratórios quânticos, com até R$ 1,7 bilhão aplicados; para a formação de novos profissionais aptos a lidar com a tecnologia, com orçamento de R$ 300 milhões. Além disso, R$ 500 milhões deverão ser investidos em atividades de sensoriamento quântico, e outros R$ 500 milhões em atividades de processamento quântico, com mais R$ 2 bilhões previstos para liberação entre 2030 e 2034.

FONTE: REVISTA FÓRUM

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