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Androide humano: Empresa revela vídeo de primeiro robô ‘hiperrealista’ do mundo

11 de abril de 2025

Protoclone. Créditos: Clone Robotics/ divulgação

No vídeo em que o robô é demonstrado, um corpo robótico articulado replica os tecidos e a musculatura humana com precisão assustadora

No final de março, uma empresa fundada em 2021 e dedicada à construção de sistemas robóticos humanoides — os chamados “androides” — revelou os avanços no seu protótipo mais desenvolvido, o Protoclone.

Ele é, segundo a Clone Robotics, empresa responsável pelo desenvolvimento do robô, o primeiro android bípede e “musculoesquelético” realista do mundo. No vídeo em que o robô é demonstrado, um corpo articulado que replica os tecidos e a musculatura humana com precisão assustadora move os pés e as mãos enquanto se mantém suspenso por um arco triangular preso ao teto, como uma espécie de marionete.

A Clone se diz “igualmente feita para negócios e indivíduos” e, em sua página online — que ainda não foi tornada informativa, sem, por exemplo, uma seção a respeito de sua história ou de seus objetivos comerciais —, várias imagens do corpo altamente realista dos androids são seguidas por apenas uma demonstração de sua pretendida utilidade: é a imagem de um robô num ambiente que poderia ser uma cozinha, prestes a segurar um recipiente com as mãos. Na legenda, lê-se: “Faça você mesmo uma vez. A Clone vai fazer para sempre”, dando a entender que, uma vez “replicado”, seu clone android poderá realizar tarefas em seu lugar.

A empresa evidencia especialmente a tecnologia que permitiu a produção de um robô dotado de esqueleto animado e musculatura muito similar à humana: a Myofiber, uma técnica desenvolvida pela própria Clone ainda em 2021, que “aciona esqueletos naturais de animais, fixando cada unidade musculotendínea aos pontos anatomicamente precisos nos ossos”.

A miofibra, uma unidade de “tendão muscular monolítico”, foi criada para simular os tendões humanos com precisão, eliminando falhas no músculo esquelético. É uma fibra sintética capaz de produzir respostas “sensoriais” de mobilidade em menos de 50 milissegundos, afirma a empresa, e de gerar “pelo menos um quilograma de força de contração para uma única fibra muscular de três gramas”.

A ciência já estuda o desenvolvimento de modelos de tecido criados em laboratório a partir da engenharia biocelular, voltados ao tratamento de traumas. Um estudo publicado no periódico Nature descreve uma “folha de miofibra esquelética humana que demonstra propriedades biomiméticas”, capaz de ser estimulada por pulsos elétricos para adquirir capacidade contrátil.

Mas isso é medicina regenerativa, e envolve o transplante de tecidos humanos reais para o avanço das tecnologias de células-tronco e modelagem.

No caso da Clone, o tecido é sintético — apesar de não parecer: com mais de mil fibras musculares artificiais, 206 “ossos” (e juntas articuladas com ligamentos e tecidos artificiais), além de 500 sensores diferentes, o “android humano” da empresa possui até um sistema de válvulas para o controle da resposta muscular. Ele é alimentado energeticamente com água.

A parte mais assustadora talvez seja seu sistema nervoso, que conta com um controle neural “instantâneo” a partir da percepção sensorial e visual obtida com suas quatro câmeras no crânio e 70 sensores inerciais espalhados pelas articulações. Outros 320 sensores estão integrados à musculatura.

As vértebras se movem com “microcontroladores ultrarrápidos”, que enviam e recebem informações da GPU de processamento, a NVIDIA Jetson Thor. O modelo que “roda” no cérebro do robô é o Cybernet, também desenvolvido pela Clone.

FONTE: REVISTA FÓRUM

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