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C6 dá calote de R$ 45 milhões na PLR dos trabalhadores

9 de abril de 2025

FOTO: Sindicato dos Bancários de SP

Reunião entre o Sindicato, a Federação dos Bancos (Fenaban) e C6 será realizada na quinta-feira (10)

Após anos de resultados negativos, o C6 Bank finalmente apresentou lucro em 2024. Mas o que seria uma ótima notícia para os funcionários do C6, que pela primeira vez receberiam a PLR prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários, virou uma fonte de grande frustração e revolta para os trabalhadores, que tanto se dedicaram para o bom desempenho da empresa. O C6 desrespeitou a CCT e não pagou a PLR, ou pagou um valor menor do que o devido aos empregados.

Para isto, o C6 fez uma manobra desleal: criou um programa próprio de resultados interno, sem qualquer participação do Sindicato. O C6 desconsiderou, assim, o que estava previsto na CCT e ignorou a obrigação do pagamento da PLR. Ou seja, o C6 criou uma regra própria que garante um pagamento que nem sequer é o valor correspondente à PLR da CCT dos bancários.

“O C6 deixou de pagar R$ 45 milhões de PLR, devidos aos trabalhadores. Esperamos que o banco reveja seu posicionamento e pague corretamente o que deve. O Sindicato solicitou a intermediação da Fenaban em uma nova reunião com o banco para tentar solucionar a questão de forma negocial, antes de tomar as medidas legais. A mobilização dos bancários do C6 é fundamental para solucionar essa questão e qualquer retaliação deve ser denunciada ao Sindicato”, disse Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

No dia 10/04, haverá reunião entre os representantes do Sindicato, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o C6.

Desde que os bancários do C6 relataram o problema com o pagamento da PLR, o Sindicato tomou uma série de providências, entre elas reunião com o banco, protestos, plenária com os bancários e ofício à Fenaban.

Confira a cronologia dos fatos:

26/9: Sindicato anuncia que o C6 teve lucro e disponibiliza calculadora da PLR aos bancários;
30/9: na data do crédito da PLR, bancários do C6 descobrem que receberam menos que o devido e denunciam ao Sindicato, que imediatamente cobra explicações ao banco;
3/10: em mesa com o Sindicato, C6 enrola e tenta justificar o indefensável;
27/11: Sindicato protesta em frente ao C6;
06/03:Nova reunião o Sindicato defende o pagamento da PLR ao conjunto como previsto na CCT e se compromete a participar da discussão da PPR de 2025;
08/03: diante da intransigência do C6 em relação ao pagamento da PLR, Sindicato anuncia que tomará as medidas cabíveis;
14/03: Sindicato envia ofício à Fenaban pedindo que interceda em uma nova negociação com o C6;
25/03: é realizada plenária virtual com os empregados do C6, que demonstram sua insatisfação e revolta.
10/04: Reunião prevista entre o Sindicato, Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e C6

Conheça a regra da PLR
A PLR dos bancários é composta de regra básica e parcela adicional. A regra básica corresponde a 90% do salário-base do empregado, mais verbas fixas e um valor fixo de R$ 3.343,04, com teto individual de R$ 17.933,79, sendo estabelecido que os bancos têm de distribuir um percentual mínimo de 5% de seus lucros.

Se o total pago pelo banco como regra básica for inferior a 5% de seu lucro, os valores individuais de PLR deverão ser majorados até alcançar 2,2 salários do empregado ou os 5% do lucro, o que ocorrer primeiro. Já a parcela adicional é a distribuição linear (ou seja, em valores iguais para todos os empregados elegíveis) de 2,2% do lucro líquido do exercício, até o limite individual de R$ 6.942,28.

FONTE: CUT

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