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Beneficiários do Bolsa Família são a maioria dos que ocupam empregos formais em 2024

12 de março de 2025

FOTO: Mayara Vita / MDS

Dos quase 1,7 milhão de empregos com carteira assinada criados em 2024, 98,87%, foram ocupados por pessoas cadastradas no CadÚnico sendo que 75,5% eram beneficiários do Bolsa Família

No acumulado de janeiro a dezembro de 2024, o saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que indica o número de empregos formais, mostra a geração de 1.693.673 empregos, o que representa um acréscimo de 16,47% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Mas um dado chama a atenção após o cruzamento de dados realizado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Desse montante de vagas de 98,87%, ou 1.674.501 empregos, foram ocupados pelo público do Cadastro Único. Os beneficiários do Bolsa Família ocuparam 1.278.765 postos de trabalho, 75,5% do total. As outras 395.736 vagas foram ocupadas por pessoas que estão no CadÚnico mas que não recebem o Bolsa Família.

A ocupação de vagas de trabalho com carteira assinada por beneficiários do Cadastro Único (CadÚnico) e Bolsa Família demonstram a importância de programas sociais de distribuição de renda e derruba os argumentos de quem acredita que seus beneficiários preferem se acomodar e não procurar empregos e melhorar a sua condição financeira e social.

Para o consultor da Action Aid, organização não governamental de combate à desigualdade social, e ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Francisco Menezes, a  forte presença dos inscritos no CadÚnico, que estão também entre os que, segundo o Caged conseguiram empregos formais, é um dado auspicioso.

“Isso mostra um processo onde as camadas de mais baixa renda, mais vulneráveis, começam a ter oportunidade de ascender socialmente. E aí, há um aspecto muito importante, que é justamente aqueles que foram ou são beneficiários do Bolsa Família, que ao contrário do que se tenta muitas vezes pregar, que é um programa que gera acomodação, mostra que, na verdade, ele gera uma base para que as pessoas possam ter uma emancipação, que as famílias possam estudar e, inclusive, conseguir empregos estáveis. Então, nesse sentido, coroa mais uma vez o programa com um êxito bastante significativo que é justamente aquilo que se quer, que é a emancipação dessas pessoas”, diz Menezes.

Em relação à economia do país, um estudo apresentado em 2019, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou que que para cada 1% do Produto Interno Bruto, aplicado na execução do Bolsa Família, há um aumento de 1,78% da atividade econômica do país.

Exemplo de sucesso

Portal da Agência do Governo Federal publicou o depoimento de um moradora do território da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, Vânia Messias, de 57 anos, que com uma história de vida com muitos percalços, procurou conhecimento em cursos profissionalizantes para se dedicar ao trabalho com a assistência social.

Hoje, ela é orientadora social do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Nelson Mandela, no bairro Bonsucesso, na capital fluminense, mas já teve um período como beneficiária do Programa Bolsa Família, que a ajudou a criar os filhos, netos e os sobrinhos e a montar uma nova casa.

Há aproximadamente um ano, ao garantir emprego e aumentar de renda, optou por devolver o cartão do programa.

“Com o dinheiro do Bolsa Família, eu comprava, muitas vezes, coisas de uso pessoal que eu tinha vergonha de pedir para os meus pais ou outra pessoa”, comentou. “Me ajudou a pagar passagem para ir para minhas aulas e comprar material para os meus cursos”, acrescentou.

Programa Bolsa Família

A história do programa Bolsa Família se confunde com a história recente do país, quando em outubro de 2003, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então em seu primeiro mandato, reformulou e turbinou programas sociais para que atendessem, de fato, às populações mais vulneráveis.

O Programa foi uma das marcas de Lula no combate à fome, à pobreza e à desigualdade. Fazia parte de um conjunto de medidas voltadas a reverter cicatrizes históricas do país relacionadas à exclusão social. O Bolsa Família, que reuniu num só benefício o Bolsa Escola, Vale Gás, Bolsa Alimentação e Cartão Alimentação, do governo de FHC, era o carro chefe do Fome Zero, uma das primeiras ações de Lula como presidente.

Em fevereiro deste o Bolsa Família atingiu investimentos de cerca de R$ 13,8 bilhões do Governo Federal, por meio do MDS e, mais de 20,55 milhões de famílias foram beneficiadas, com um valor médio de R$ 671,81 por família. O depósito do benefício é feito de acordo com o último dígito do Número de Identificação Social (NIS) de cada família.

Além de garantir renda para as famílias em situação de pobreza, o Programa Bolsa Família busca integrar políticas públicas, fortalecendo o acesso das famílias a direitos básicos como saúde, educação e assistência social.

FONTE: CUT

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