Serpro desenvolve programa de formação inclusiva para pessoas trans
Divulgação/Serpro
Programa Agora 3T promove oportunidades para pessoas trans e travestis. Curso pioneiro de modelagem 3D em moda digital abre inscrições hoje
O Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro, é um marco de resistência e protagonismo na luta por igualdade e respeito à comunidade trans. Instituída em 2004, a data remete ao primeiro encontro nacional de pessoas trans e travestis no Ministério da Saúde e simboliza tanto as conquistas alcançadas quanto a necessidade contínua de inclusão e reconhecimento.
Apesar dos avanços, a violência e a discriminação ainda são desafios alarmantes. De acordo com o Dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais ( Antra ), o Brasil segue liderando o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans, com 122 homicídios registrados apenas em 2024, além de um preocupante aumento de 45% nas denúncias de violência. Nos Estados Unidos, 36 mortes foram contabilizadas no mesmo período, com metade das vítimas sendo mulheres trans negras, segundo a Human Rights Campaign.
Diante dessa realidade, o Serpro reafirma seu compromisso com a transformação social, promovendo iniciativas que impulsionam a inclusão. Um exemplo é o Programa Agora 3T , lançado em 2023 e que, no Dia da Visibilidade Trans de 2024, anunciou os projetos selecionados para patrocínio. “Neste 29 de janeiro, o Serpro tem o orgulho de destacar a tecnologia como ferramenta essencial para a inclusão, criando oportunidades e valorizando a diversidade”, afirma Alexandre Amorim, presidente da empresa.
“Nesse programa, nosso foco é gerar impacto na sociedade, transformando vidas e construindo caminhos para comunidades invisibilizadas, por meio da inclusão sociodigital”, afirma Loyanne Salles, superintendente de Comunicação, Marketing e Responsabilidade Social do Serpro. Uma das iniciativas apoiadas pelo programa é o ModaVerso, um curso gratuito em tecnologia 3D aplicada à moda.
ModaVerso: inclusão e tecnologia na moda
Promovido pelo Coletivo Trans Sol, de São Paulo, o ModaVerso é um curso pioneiro que capacita mulheres trans e travestis na modelagem digital de roupas em 3D com o uso do software CLO3D, amplamente utilizado no setor da moda e design. “Ser vista é existir plenamente, ser reconhecida e incluída em todos os espaços. Visibilidade exige apoio social e projetos inclusivos, além de aliados dispostos a ouvir e agir. Quando acolhidas e respeitadas, as pessoas podem florescer e transformar a sociedade”, afirma Vênus Silva, aluna do coletivo trans.
A iniciativa transforma o processo criativo, substituindo moldes feitos à mão por modelagem digital, com visualização em 3D que permite verificar o caimento das peças de maneira precisa. “O projeto capacita alunas com ferramentas e planejamento de coleções, promovendo desfiles e inserção no mercado da moda. Iniciativas como essa mostram que, com apoio, mulheres trans e travestis podem transformar a sociedade”, conclui Vênus.
Além disso, o curso prepara as participantes para atuar em um mercado inovador e em crescimento: a produção de modelos para avatares e personagens virtuais. Este nicho, com forte potencial no metaverso e na moda digital, oferece novas oportunidades de carreira e empreendedorismo. “O diferencial do projeto está no foco na inclusão, pois pessoas trans e travestis serão capacitadas não apenas para usar essas ferramentas, mas também para se tornarem formadoras de outras pessoas”, afirma Regina Faria, gerente de Responsabilidade Social do Serpro.
Inscrições para o ModaVerso
As inscrições para o ModaVerso abrem hoje, em celebração à data. Com vagas limitadas, o curso é uma oportunidade única para mulheres trans e travestis que desejam se especializar em tecnologia 3D e ingressar no mercado da moda e design digital. Saiba mais no perfil do Coletivo Trans Sol .
Outras iniciativas apoiadas pelo Agora 3T
Além do ModaVerso, o programa Agora 3T contempla outros projetos que promovem inclusão tecnológica:
Miga Tech (Manaus): Desenvolvido pela Associação Manifesta LGBT+, oferece oficinas de letramento digital e um curso intermediário de Scrum, ampliando as possibilidades de inclusão sociodigital na região.
Robótica FMT (Fortaleza): Liderado pela Associação de Ensino Social Profissionalizante (ESPRO), capacita jovens trans e travestis de 14 a 23 anos com formação teórica e prática em robótica.
Traves-TI (Fortaleza): Realizado pelo Grupo de Resistência Asa Branca (GRAB), ensina letramento digital, redes sociais, marketing digital e fotografia para pessoas trans e travestis, incluindo profissionais do sexo, promovendo autonomia financeira e melhoria da qualidade de vida.
Transversalizando (Salvador): Oferece letramento digital e tecnologia sociodigital, com foco na capacitação e no acesso ao mercado de trabalho.
“A gente sabe que, historicamente, nossos corpos têm sido associados a contextos de violência, de marginalização, e é muito importante a gente usar essa data para trazer luz e reflexão sobre essas questões. Nossos corpos precisam de acessos básicos, de acesso à educação, de acesso à família, à estrutura. E essa data é importante para a gente pensar sobre isso”, afirma Andira Angeli, da Casa Miga, organização responsável pelo projeto Miga Tech.
A previsão é que os cursos do MigaTech permitam inscrições a partir de fevereiro de 2025. “O projeto capacita pessoas trans e travestis em dois níveis de tecnologia: no básico, oferece letramento digital e acesso a computadores e notebooks, muitas vezes pela primeira vez. No nível intermediário, foca na empregabilidade, com conceitos de metodologia ágil e funções na área de tecnologia. Essa parceria com o Serpro é essencial para promover inclusão no mercado de trabalho e transformar realidades”, conclui Andira.
Por Serpro
FONT: AGÊNCIA GOV