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Como a inteligência artificial e a biometria facial podem ajudar a prevenir fraudes?

18 de abril de 2024

REPRODUÇÃO

Serpro realizou masterclass com auditório lotado sobre o tema e apresentou os produtos Datavalid e Biovalid no Web Summit Rio

Os analistas do Serpro, Thiago Pículo e Sebastião Fonseca, apresentaram a experiência da empresa de TI do governo federal com o uso de tecnologias de identificação, em especial a biometria, durante uma masterclass realizada nesta quarta-feira, no Web Summit Rio. As pessoas que compareceram e lotaram o auditório puderam conhecer soluções como o Datavalid e o Biovalid e se informar sobre como se proteger de fraudes com o avanço de tecnologias como a deepfake, uma tecnologia que usa inteligência artificial (IA) para criar ou falsificar vídeos e áudios.

De acordo com Sebastião Fonseca, existem diversas formas de classificação para fraudes digitais que envolvem reconhecimento facial. “Os ataques de apresentação são qualquer tentativa de contornar esses sistemas, apresentando imagens faciais falsas. Uma das formas de evitar esses ataques é o liveness, tecnologia que determina se a pessoa que aparece no dispositivo está de fato “live” (ao vivo) e serve para impedir que fraudadores utilizem imagens estáticas ou outros métodos, como deepfake, para driblar o reconhecimento facial”, explicou.

Segundo ele, à medida que os fraudadores desenvolvem novas técnicas para enganar sistemas de reconhecimento facial usando inteligência artificial, essa mesma tecnologia está sendo aprimorada para fortalecer a segurança. “A rede neural tem uma base de dados de imagens reais e de imagens fakes. Simplificando, há uma série de processos e transformações que são feitas com essas imagens e é criada uma arquitetura de várias camadas, até chegar na saída, que pode ser de dois tipos: real ou fake. E, a partir daí, você consegue gerar um modelo de IA e aprimorar o liveness ativo e o passivo”, relatou.

Durante sua apresentação, Fonseca esclareceu a diferença entre os dois tipos. “O ativo é aquele que o usuário precisa executar uma ação, como sorrir, mexer a cabeça, os olhos, piscar, etc. Já o passivo não exige qualquer interação, a não ser colocar o rosto em um local indicado. Então, se o fraudador aplicar um deepfake junto com o replay attack, é possível identificar o reflexo de tela e descobrir que ele está tentando burlar de um tablet, de um smartphone, ou até de uma foto impressa”, exemplificou.

Datavalid: quase 13 milhões de fraudes evitadas

Na sequência da masterclass, Thiago Pículo apresentou o Datavalid, serviço que pode ser utilizado por entidades públicas e privadas que necessitem realizar validações de identidades para automatização de processos e garantir autenticidade. O diferencial do Datavalid é realizar a validação de identidade junto às bases oficiais do governo, sem intermediários.  Pículo é gestor do produto e contou alguns usos inusitados. “Tem um vídeo de um cliente nosso no YouTube falando que aluga uma furadeira por R$ 150 e dizendo que é muito barato garantir, por apenas R$1,50 por validação, que aquela pessoa que está alugando é quem ela diz ser”, contou. 

Hoje, o produto atende grandes empresas, como bancos, e pequenas como alguns unicórnios e startups. “Tem empresas que fornecem geladeiras em prédios para minimercados. Um cliente nosso, por exemplo, coloca um freezer de cerveja, que não pode ser aberto por menores de 18 anos. Nesse caso, ele usa o Datavalid, faz um processo de liveness e assim garante que adolescentes não vão se passar pelos pais e abrir a porta da geladeira”, acrescentou.

De acordo com Pículo, o Datavalid já realizou mais de 322 milhões de validações de identidade e aproximadamente 13 milhões de fraudes foram evitadas com o uso do produto do Serpro.

Biovalid e Novos Negócios

Pículo também apresentou o Biovalid, produto derivado do Datavalid, que permite realizar prova de vida com validação biométrica (liveness com facematch) juntos às bases oficiais de governo. “Temos ainda o Bioconnect, um componente que pega o Biovalid, encapsula, e pode ser embedado em outros aplicativos de um cliente que não tem como desenvolver a validação facial. Esse cliente terá o Biovalid mantendo a experiência do usuário no seu próprio app”, destacou. 

Ao final da masterclass, outros produtos como a conta Gov.brEmbarque Mais Seguro e a Carteira Digital de Trânsito foram apresentados, mantendo o público atento até o último minuto. Felipe Lima, da TecBank, foi um dos participantes. “A palestra foi muito rica. A biometria está cada vez mais presente nas soluções tecnológicas do mercado. Agora vamos para casa, estudar um pouquinho, dar um pulinho lá no estande do Serpro e ver o que a gente pode fazer de negócio”, afirmou.

Web Summit Rio 

O Web Summit Rio iniciou no último dia 15, com ingressos esgotados e expectativa de reunir 30 mil pessoas até o próximo dia 18. Em 2023, o evento reuniu mais de 21 mil pessoas no Riocentro, mesmo local onde está sediada a edição 2024, que já nasceu maior com expectativa de movimentar cerca de R$ 33 milhões na cidade.

FONTE: SERPRO

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