Inflação desacelera em todas as faixas de renda, segundo Ipea
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
Enquanto índice para famílias de renda muito baixa atingiu 0,22%, percentual para faixa de renda alta subiu 0,05%
A inflação apresentou uma expressiva desaceleração em todas as faixas de renda no mês de março, segundo cálculos efetuados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
O índice que calcula a inflação por faixa de renda destaca o alívio registrado pelas famílias de renda alta, onde a taxa passou de 0,83% em fevereiro para 0,05% em março.
A queda foi menos intensa entre as famílias de renda muito baixa, com a taxa de inflação recuando de 0,78% para 0,22% entre fevereiro e março.
No acumulado em 12 meses até março, as famílias de renda muito baixa seguem apresentando a menor taxa de inflação (3,25%), enquanto a faixa de renda alta registra a taxa mais elevada (4,77%).
Alimentação segue puxando preços
De acordo com o Ipea, o grupo alimentação e bebidas se manteve como o principal foco de pressão inflacionária para as famílias de renda baixa e média.
Apesar das deflações dos cereais (-0,42%) e carnes (-0,94%), os reajustes dos tubérculos (0,42%), das frutas (3,8%), das aves e ovos (1,7%) e dos leites e derivados (0,74%) explicam a alta dos preços dos alimentos no domicílio em março.
De forma mais branda, o grupo saúde e cuidados pessoais afetou a inflação por conta dos reajustes dos planos de saúde e dos medicamentos, com altas de 0,77% e 0,52%, respectivamente.
Por outro lado, a deflação registrada pelo grupo de transportes gerou uma contribuição negativa para a inflação de março: a queda das tarifas de trem (-0,19%) e do gás veicular (-0,20%) proporcionou alívio inflacionário para os segmentos de renda baixa e média, enquanto o recuo de 9,1% dos preços das passagens aéreas e de 0,20% dos itens relacionados a veículo próprio apresentou uma descompressão ainda mais significativa para a faixa de renda alta.
Na comparação com março de 2023, todas as faixas de renda registraram um forte recuo da inflação, impactadas principalmente pelo desempenho dos grupos habitação e transportes.
No caso da habitação, a influência veio da alta bem menos expressiva das tarifas de energia elétrica em 2024 (0,12%) quando comparadas com 2023 (2,2%).
Para o grupo transportes, a descompressão inflacionária veio da deflação mais intensa das tarifas de transporte público, cuja queda de 1,8% este ano foi superior à apurada no ano anterior (-0,34%), além da alta menos expressiva dos combustíveis (0,17%) em relação a março de 2023 (7,0%).
FONTE: JORNAL GGN