Fim da pandemia anima indústria, mas a crise se acentua, por Luis Nassif

O ministro da Economia Paulo Guedes é um blefe continuado. Provavelmente não há na história do país um ministro da Fazenda mais medíocre
O ministro da Economia Paulo Guedes é um blefe continuado. Provavelmente não há na história do país um ministro da Fazenda mais medíocre.
É atrapalhado, não consegue organizar sequer questões básicas de gestão – vide o problema dos precatórios, que Guedes empurrou com a barriga por dois anos, mesmo alertado sobre o acúmulo de pagamentos em 2021. Ou mesmo a Lei do Teto, um dogma irracional, ainda mais em um país com o nível de desemprego atual.
Não conseguiu articular uma proposta razoável para o Imposto de Renda, montou uma proposta para a reforma administrativa que apenas ajudou a revelar um total desconhecimento de princípios básicos de administração pública.
Mais que isso, ao longo de toda sua gestão falsificou conclusões econômicas com uma desonestidade intelectual imbatível. Transformou um aumento nominal de receita pública – porque reflexo da alta da inflação – em prova de sucesso de sua administração. Ou seja, um evento que aumentava as incertezas da economia – a alta da inflação – gerando efeitos comemorados por Guedes.
No ano passado, chegou ao cúmulo de comemorar um PIB negativo, sustentando que o lado privado do PIB tinha se saído melhor e a queda de investimentos públicos e quetais significaria que, em pouco tempo, o país estaria saldo dispondo apenas de PIB privado, e estaria salvo – uma heresia inconcebível para qualquer primeiranista de Economia.
Fez mais, comemorou o aumento de empregos no Caged, escondendo o fato de que, no último ano ocorreu uma mudança radical da metodologia, passando a considerar emprego temporário e eventual como emprego formal. Depois, tentou desmoralizar o IBGE, por desmentir os factóides do Caged.
Mesmo assim, a redução da pandemia, com a vacinação, começa a animar alguns setores.
Os dados abaixo foram divulgados pela Confederação Nacional da Indústria, e se referem ao Índice de Confiança do Empresário Industrial. Acima de 50 pontos, significa que mais da metade dos empresários está mais otimista com a economia, e vice-versa.
Pelos dados levantados, os indicadores começam a melhorar devido às perspectivas de fim do isolamento provocado pela pandemia.
Nos próximos meses, haverá pela frente os seguintes fatores.
- Crise de energia
Tanto o governo federal quanto o paulista estão escondendo a situação catastrófica da falta de água, evitando campanhas preventivas de economia de água e de energia. Os apagões serão cada vez mais frequentes e, a partir de outubro, haverá necessidade de racionamento.
- Inflação do consumidor e das indústrias continua em expansão.
- A perda de popularidade de Bolsonaro, induzindo-o a atitudes cada vez mais extravagantes, podendo levar a um confronto final com as instituições.
Fonte: Jornal GGN
Foto: Agência Brasil