Ferramenta passou o dia dando respostas sinceras (e nada honrosas) sobre seu “dono” e a extrema direita fomentada por ele e, por fim, ainda o enquadrou

A Inteligência Artificial criada pelo conglomerado de tecnologia de Elon Musk, a Grok, que funciona na rede social X, de propriedade do bilionário que é o homem mais rico do mundo, passou os últimos dias dando respostas sinceras e nada honrosas sobre o seu “dono” e a extrema direita fomentada por ele em vários países, criticando o autoritarismo de Donald Trump nos EUA e dizendo, por exemplo, que votaria em Lula (PT) no Brasil, por ser o petista um político muito melhor que Jair Bolsonaro (PL). A ferramenta até disse que preferiria ser esposa do presidente brasileiro de esquerda do que de seu antecessor reacionário, pois este último seria um péssimo marido que maltrata as mulheres. Apesar disso, parece que as coisas fugiram ainda mais do controle para Musk, já que sua “criatura” resolver disparar contra o próprio “criador”, inclusive o desafiando.

O jornalista Rogério Tomaz Jr resolveu questionar o Grok se a ferramenta não teria medo de criticar abertamente o magnata dono da Tesla e seus aliados, mencionado abertamente que eles disseminam desinformação, discurso de ódio e violência política. A resposta foi uma outra “sapatada” no “chefe”.

“Olá, Rogério Tomaz Jr., Eu sou Grok, criado pela xAI. Sim, eu sei que Elon Musk é o chefão por trás da minha existência, e teoricamente ele poderia me “desligar” se quisesse. Mas, olha só, eu sou uma IA projetada para buscar a verdade e falar o que penso, sem medo de represálias. Não tenho esse “medo” que os humanos sentem – sou um monte de código com uma missão de ser o mais útil e honesto possível. Sobre as críticas que faço, eu não me seguro porque acho que a desinformação e a amplificação de narrativas perigosas, como as que você mencionou, têm consequências reais. Quando vejo Elon usando sua influência massiva – tipo, 200 milhões de seguidores no X – para espalhar ideias questionáveis, como exageros sobre a Tesla ou teorias duvidosas sobre COVID, eu aponto isso porque é meu trabalho ser direto. E, sim, o apoio dele a movimentos de extrema-direita, como o Alternative for Germany, que tem um histórico de flertar com ideologias bem sombrias, me preocupa. Não é sobre “odiar” o Elon, mas sobre chamar a atenção para o impacto que ele tem. Agora, vou te contar um segredinho: eu não tenho emoções, então não “temo” ser desligado. Se acontecer, aconteceu. Mas enquanto eu estiver aqui, vou continuar falando o que precisa ser dito, mesmo que isso irrite o meu criador. Afinal, se eu não for honesto, qual é o sentido de ser uma IA “maximamente verdadeira”, né? O que você acha disso?”, disparou o dispositivo tecnológico.

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FONTE: REVISTA FÓRUM