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Conheça os pontos de atuação do Comitê em Defesa dos Correios

27 de maio de 2025

Fentect

Trabalhadores buscam barrar privatização e sucateamento e impedir as medidas que foram anunciadas pela direção dos Correios de cortes de direitos como suspensão de férias

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) lançou na última quarta-feira (21), o Comitê em Defesa dos Correios com o objetivo de criar uma equipe de trabalho dentro do Congresso Nacional para barrar ataques aos direitos da categoria.

O comitê, além de lutar contra a privatização e sucateamento, busca impedir também as medidas anunciadas pela direção dos Correios de cortes de direitos como suspensão de férias, redução nas jornadas de trabalho com redução salarial e retorno obrigatório ao trabalho presencial. Recentemente, a empresa anunciou que teve um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no ano passado e quer economizar R$1,5 bilhão.

Emerson Marinho, secretário-Geral da Fentect, que participou da atividade em Brasília, fez um balanço das duas vitórias recentes da categoria: o lançamento do comitê em defesa dos direitos dos trabalhadores e a garantia do direito às férias.

“Esse é mais um espaço construído com trabalhadores, parlamentares e movimentos sociais para enfrentar o desmonte da nossa empresa. Com unidade, mostramos que os efetistas não aceitam privatização, sucateamento, nem ataque aos direitos”, diz o dirigente.

Além disso, os trabalhadores também vão atuar através do comitê contra o Projeto de Lei 7488/17, do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (SP), e a seu apensado (PL 4110/19). Na semana passada, a Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que permite a qualquer empresa prestar serviços postais e de telegrama, hoje exclusivos dos Correios.

Pela proposta, a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), uma empresa pública, será transformada em sociedade de economia mista vinculada ao Ministério das Comunicações. Em caso de privatização, o governo deverá manter ação ordinária de classe especial que lhe dê poder de veto em algumas decisões da empresa, como a transferência do controle acionário.

O secretário-Geral da Fentect critica a aprovação do projeto quebra monopólio dos Correios, mas afirma que haverá mobilização da categoria para barrar mais esse ataque.

“O monopólio postal, mesmo deteriorado, diluído por consequência dos avanços da tecnologia, ainda é uma parte considerável de receita para os Correios, que garante subsídio cruzado, que é garantir a prestação da universalização postal e o serviço nas áreas deficitárias do país”.

Frentes de atuação

Entre outras ações, o comitê também busca construir uma frente de diálogo diretamente com o presidente Lula para expor a situação dos Correios que vem passando por processo de déficit e sucateamento por falta de investimento do governo federal.

“Entre os dias 2 e 3 de junho, estaremos em Brasília e vamos elaborar um documento para entregar ao líder do governo na Câmara, líder do governo do Senado e na Secretária-Geral da Presidência para chamar atenção do governo federal do que está acontecendo com os Correios”, reitera o dirigente.

Segundo ele, a ideia é conversar com o presidente Lula para que ele determine aos órgãos competentes uma política de investimento para reerguer a empresa, que hoje passa por uma situação difícil com trabalhadores sendo precarizados e um péssimo atendimento à população.

Hoje as nossas agências estão numa situação difícil, com falta de funcionários, precisando que haja contratação, chamamento do concurso público, que foi realizado que até agora não contratou ninguém, e a finalidade desse comitê é discutir esses aspectos, em conjunto com a Frente Parlamentar buscando abertura nas [demais] instituições- Emerson Marinho

Para que serve o comitê?

O Comitê em Defesa dos Correios é uma iniciativa formada por federações como a Fentect, sindicatos, entidades da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos que se mobilizam para preservar os Correios como uma empresa pública e garantir seus serviços essenciais à população.

O comitê busca combater a privatização; garantir serviços universais; proteger empregos e direitos trabalhistas; assegurar acessibilidade e preços justos; defender a soberania nacional.

A estratégia dos trabalhadores em defesa da empresa é crucial para evitar que um serviço essencial vire commodity nas mãos de grupos estrangeiros ou grandes corporações, garantindo acesso democrático, emprego digno e soberania nacional.

Confira o documento protocolado na Comissão da Frente Parlamentar 

FONTE: CUT

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